Cultura Upload: Viagens: Para o Nordeste de carro (Parte 1)

Podemos dizer que sou uma pessoa rodada. Não no sentido de que passei nas mãos de muita gente, já rodei muito por esse nosso querido mundo e aos poucos quero ir relatando um pouco dessa minha experiência aqui no blog, focando principalmente as minhas viagens que já fiz por esse Brasil. Por que o Brasil? Pois nosso país é magnífico. De norte ao sul, podemos verificar diversos tipos de biomas, de culturas, formada por uma população totalmente diversificada. Temos muito para ver e aprender aqui. Pessoalmente, troco fácil uma viagem para os E.U.A. por uma viagem para o Pantanal por exemplo, e futuramente direi o porquê dessa troca, hoje falarei sobre o Nordeste.

Nordeste. Quando falamos dessa região geoeconômica, rapidamente pensamos em Porto Seguro, Salvador, Carnaval, Ivete Sangalo e muita pegação. Estou errado? Mas não é esse enfoque que darei sobre o Nordeste, vou falar sobre uma região que poucos pensariam em fazer um turismo para lá, principalmente por sua pobreza concentrada e falta de belezas naturais (o que é uma baita mentira, mas muita gente acha que não tem) nesses locais, vou falar do Sertão Nordestino.

Para vocês terem ideia, eu já fui oito vezes para o Sertão, em sua maioria de vezes, para a região centro-sul da Bahia, a região de Bom Jesus da Lapa. Dessas oito vezes que fui para o Sertão, quatro vezes foram de carro com minha família. Saíamos de Rio Claro, interior de São Paulo, localizada a 172 quilômetros da capital paulista e rumávamos nessas quatro vezes, para a cidade de Paratinga-Ba, distante mais de 1600 quilômetros. Nessas viagens que fizemos em família, ganhei o gosto de dirigir, de ir de carro mesmo que seja para lugares extremamente distantes, pois indo de carro, ao contrario do que ocorre indo de ônibus ou avião, íamos avistando as belezas locais que havia no caminho e se quiséssemos parar para observar, comprar, filmar, etc, parávamos e ficávamos o quanto quiséssemos. Há maior liberdade de se locomover e agir indo com veículo próprio.

O sertão nordestino praticamente começa já ao norte de Minas Gerais. O bioma já ganha formas do que se chama Caatinga, assim como o clima. A estrutura dessas cidades já ganha o formato característico das cidades sertanejas, de casas feitas a pau a pique, da grande presença da locomoção animal mesmo nos centros urbanos, e é claro, da pobreza localizada.

A primeira beleza natural que víamos fazendo esse trecho era o Velho Chico, o querido e polêmico Rio São Francisco no município de Pirapora, no centro de Minas, com suas balsas correndo-o levando pessoas e mercadorias.

Rio São Francisco em Pirapora

Pirapora nos propõe atrações bem interessantes para ver e sentir. Primeiro é essa ponte na foto, antiga ponte férrea que hoje está adaptada para a passagem de veículos é bem massa ver o rio dela. Pirapora oferece também uma oportunidade magnifica, andar em um antigo navio a vapor que tem 98 anos de idade e que é a única no tipo que funciona no Brasil.

Não posso me esquecer de falar da Micareta do Sol, que rola em Julho e que é uma festa de três dias bem grande, com muita cachaça e pegação (hehehehe)

Mais ao norte de Minas, há a cidade de Montes Claros, a maior do norte de Minas, que através da rodovia antes de chegar na área urbana, da para se ver todo o município de cima de um morro local em que a rodovia corta. Montes Claros é relembrada dedido ao “Atentado de Montes Claros” em que nas vésperas das eleições presidenciais de 1930, alias, a polêmica eleição de 1 de Março de 1930 em que Júlio Prestes seria eleito, em que uma passeata de “pretistas” (Adéptos de Júlio Prestes) foram alvejados por tiros por indivíduos da Aliança, que acabou matando 5 pessoas e ferindo 14, dos quais alguns vieram a falecer em seguida. Vamos falar do belo, o município de tem uma bela Catedral, que não sei nome(e não vou pesquisar ,pois quero fazer um texto limpo só com dados que conheço e tenho em minha memória, sem fazer pesquisas superficiais rápidas no Wikipedia) mas que está ilustrada na foto abaixo (as fotos peguei da net sim)

Catedral de Montes Claros. Fonte: Trilhas e Pontos Turísticos

O município também conta com belos parques florestais com inclusive cavernas (mais de 50 grutas) e parques arqueológicos como da foto abaixo:

Caverna em montes claros:Trilhas e Pontos Turísticos

Outra lembrança que tenho sobre Montes Claros é de um caminhão de Brahma tombado nas margens da BR e com grande parte da carga destruída (um minuto de silencio, por favor).

O por do sol no norte de Minas é um dos mais belos que eu já vi na vida. Pena que minhas imagens deste evento desapareceram e só me restaram os vídeos que tenho nas fitas de 8mm. Mas lembro do céu todo vermelho, com os belos montes localizados na região do município de Monte Azul ao horizonte e de um ônibus velho e barulhento que no final da tarde ficou atrapalhando minha admiração por esta beleza.